Essa pergunta surgiu no fórum de Física do Portal do Professor (MEC) e eu vou postar aqui a minha resposta (porque gostei da minha resposta e acho que vale a pena refletir um pouco sobre ela, mesmo que seja para discordar). Então, lá vai...
Perguntinha capciosa essa.
Na verdade eu acho que todos os conteúdos são igualmente "fáceis" ou "difíceis" e o que os torna "mais fáceis" ou "mais difíceis" são as circunstâncias em que são ensinados. Vou tentar resumir o que penso em uma espécie de "receitinha de bolo" onde cada ingrediente que faltar significa um pouquinho a mais de dificuldade para "ensinar" qualquer conteúdo. A receita é minha, por isso quem não gostar que faça seu próprio bolo ou me ajude a melhorar o meu, combinado?
Receita para um conteúdo ser fácil:
Hummm... Fui!
Perguntinha capciosa essa.
Na verdade eu acho que todos os conteúdos são igualmente "fáceis" ou "difíceis" e o que os torna "mais fáceis" ou "mais difíceis" são as circunstâncias em que são ensinados. Vou tentar resumir o que penso em uma espécie de "receitinha de bolo" onde cada ingrediente que faltar significa um pouquinho a mais de dificuldade para "ensinar" qualquer conteúdo. A receita é minha, por isso quem não gostar que faça seu próprio bolo ou me ajude a melhorar o meu, combinado?
Receita para um conteúdo ser fácil:
- existência de pré-requisitos: sejam matemáticos, físicos ou mesmo linguísticos (porque aluno que não compreende a própria língua dificilmente lê textos ou compreende todas as expressões usadas pelo professor). Ahá! Isso significa que antes de se meter a ensinar alguma coisa é preciso fazer uma "diagnose" do aluno para saber o que ele já sabe; as vezes uma boa conversa sobre o assunto já resolve e... Sim, isso mesmo, é preciso fornecer ao aluno a base mínima para que ele compreenda aquilo que você vai ensinar agora;
- aula bem preparada: sim, planeje a aula! Aula bem preparada não é aquela em que o professor "sabe o conteúdo", mas sim aquela em que ele "planeja como ensinar o conteúdo". Ah, não se esqueça, você pode ser bem melhor do que o livro didático que usa, certo? Então capriche e planeje cada detalhe da aula;
- estratégias inovadoras (na verdade não precisam ser "inovadoras", mas tem que ser "boas estratégias"): use o laboratório, a sala de informática, a biblioteca, a sala de vídeo e até mesmo a cozinha da escola se precisar, mas não tente imaginar que apenas lousa e giz, aliadas ao seu imenso talento de professor, tornarão suas aulas interessantes;
- didática apropriada: coisas como "contextualização", "transversalidade", "inter e intradisciplinaridade" não são palavrinhas para decorar textos de pedagogos malucos, elas realmente significam que é preciso um bom método, uma sequencialidade, um contexto apropriado, ênfases e redundâncias de vez em quando e objetividade quase sempre. Enfim, não se deve matar as aulas de didática na faculdade e nem queimar os livros dos pedagogos;
- interatividade: isso não é coisa só de jogos de computador, interatividade significa um aluno que interage, que "se vê quase obrigado a ficar curioso e perguntar, tão desconcertante é a maneira como você lhe apresenta algo que o torna curioso sobre aquele assunto"; perguntar aos alunos é bom, mas estimulá-los a fazerem suas próprias perguntas (e não apenas sugerir a eles que se estimulem) é melhor ainda;
- bom dimensionamento temporal: aulas tem começo, meio e fim, e se o tempo não for muito bem administrado, o próximo capítulo da novela vai lhe obrigar a fazer uma retrospectiva tão grande que o assunto vai ficar chato, ou você vai deixar de fazer essa retrospectiva e os alunos vão se sentir perdidos. Alguns assuntos demandam mais tempo para serem trabalhados e é preciso de um bom roteiro para que seu filme sobreviva aos comerciais;
- visual clean: sim, sua aula e sua lousa têm que ser "clean", limpinhas. Aulas cheias de detalhes desnecessários e lousas inlegiveis contribuem uma barbaridade para que qualquer assunto se torne "difícil". Inclua nesse "clean" o fato de que os alunos não precisam que você prove para eles que sabe tudo sobre o assunto, apenas que você os ajude a saber um pouco também. Enfim, não seja exibido nem relaxado;
- luzes, câmera e ação!: você é o showman (ou showgirl) e sua aula é o espetáculo, o assunto é só o coadjuvante nessa trama. Se você fizer bem feito nem vão perceber que era tão difícil assim!
Hummm... Fui!
Oi JC!!
ResponderExcluirRealmente todos os ingredientes estão aí, mas é uma pena que na hora de oferecer o que preparamos com todo cuidado nos falte "clientes" com desejo de saborear nossa receita.
Esta é o nosso desafio.
Bia
Eita, garoto, vc foi o verdadeiro showman com essa sua análise, gostei muito e espero, sinceramente, ser um instrumento facilitador do aprendizado.
ResponderExcluirJosé Carlos, meu rapaz. Que artigo interessante. Concordo com você. Vou fazer um comentário e uma pergunta. 1- Comentário: eu sou professor de História e tenho feito uma coisa simples que está dando resultado. Trata-se de pedir ao aluno que traga material (revista, sites, etc.)sobre o conteúdo que vamos estudar. A aula fica tão dinâmica que eles não param de interagir e perguntar o tempo todo. Isso porque a aula gira em torno de algo que eles trouxeram. Isso é socializar o conhecimento! (continua...)
ResponderExcluir(continuação...) 2-Pergunta: Quando você fala do uso da lousa, considera-se um aparato de tecnologia, certo? Antiquada, mas tecnologia... Acontece que nunca encontrei uma referência que ensine ao professor usar ou preencher o quadro de uma forma mais eficiente ou didática. Você conhece? Um abraço
ResponderExcluirProf. Michel, você tem razão, não é fácil achar por aí material ensinando a usar a lousa. Então vamos combinar assim: eu vou publicar algo a respeito e depois você comenta, outros comentam e no final podemos chegar a uma "manual básico", o que você acha?
ResponderExcluirObrigado pelo comentário.
Abraço,
JC